Com 35 milhões de adeptos ao nomadismo digital pelo mundo, estadias estão criando espaços para o trabalho remoto. Movimento ainda é tímido no Brasil
A digitalização que ocorreu após o período pandêmico impulsionou o home office e também o nomadismo digital , termo que define o estilo de vida escolhido por profissionais que viajam pelo mundo enquanto trabalham.
Segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022, da Fragomen, empresa especializada em migração, hoje existem mais de 35 milhões de adeptos a esta forma de viver pelo mundo. A expectativa é de que até 2035, este número aumente para 1 bilhão de pessoas.
Um dos pontos principais para estes viajantes é escolher locais adequados para alinhar espaço de trabalho e estadia no destino escolhido. Contudo, a tarefa nem sempre é a mais fácil de executar.
“Sempre tive esse sonho de trabalhar online para ter liberdade geográfica e já faz mais de 10 anos que trabalho com o marketing digital, mas me tornei nômade em 2022, quando de fato decidi fazer uma viagem de um ano pela América Latina e vi que era muito mais fácil do que eu imaginava”, conta Monique Bordin, especialista em comunicação criativa.
Local de trabalho
Encontrar locais adequados para trabalhar é uma parte crucial da vida de um nômade digital, e Monique afirma que tem suas estratégias. A especialista em comunicação geralmente escolhe hostels que já oferecem uma infraestrutura de coworking, evitando a necessidade de se deslocar constantemente em busca de um local para trabalhar.
“Eu nunca trabalho na cama ou com o notebook no colo”, enfatiza a profissional.
“Eu preciso de pelo menos uma cadeira com uma mesa adequada. Não consigo funcionar se estiver desconfortável”, diz.
Quando os hostels não oferecem essa estrutura, a comunicadora procura cafés locais que tenham mesas e tomadas individuais.
Ao contrário de Monique, o jovem Matheus Veadrigo, que também é adepto ao nomadismo digital e, que trabalha como auxiliar administrativo e recursos humanos, já precisou trabalhar em lugares sem estrutura de escritório mínima, como no quarto e no ônibus.
Contudo, ele explica que as situações foram exceções, e que normalmente encontra boas estruturas com facilidade.
“Devido à disponibilidade de mobilidade, em qualquer lugar é possível trabalhar, basta ter uma boa internet”, completa o rapaz, que virou nômade digital há quatro meses.
Depois de algumas experiências frustrantes, ela aprendeu a importância de pesquisar as condições da internet em cada destino.
Espaços se adaptam aos nômades digitais, teve uma demanda tão alta para este tipo de hóspede que foi obrigado a criar um coworking apenas para atender este público. Em meio a natureza, o espaço conta com uma internet de alta qualidade e também mesas e cadeiras para um maior conforto dos viajantes trabalhadores.
“Começamos a receber um outro perfil de hóspede. Não eram turistas, que queriam apenas ter momentos de lazer, mas sim pessoas que desejavam trabalhar com alta performance sem abrir mão de estar em um lugar tranquilo e próximo a natureza”, comenta Felipe Gamba, cofundador do Hostel da Vila.
De acordo com o empresário, nos últimos anos este público tem crescido cada vez mais no estabelecimento e, diferente do turista comum, tem tido preferência em estadias principalmente nos dias de semana.
Fonte: IG turismo